terça-feira, 8 de abril de 2014

Ano de eleições ou não...

Alguns dos meus melhores amigos chamar-me-ão ingénuo por aquilo que vou escrever a seguir e desta feita assumo que é assunto sério e não mais uma das minhas crónicas repletas de ironia.

A oposição em Portugal está morta e bem morta.

As medidas tomadas por um governo em ano de eleições devem ser analisadas na substância e não apenas no tempo em que são tomadas e reconheçamos que o aumento do salário mínimo e a retoma económica não são coisas faceis de atingir mesmo em ano de eleições. Mais ainda pode até dizer-se que na situação de emergência em que o país se encontrava quando este governo tomou posse, não me parece que fosse responsável tomar tais medidas antes de primeiro tomar o pulso da situação e fazer aquilo que se acredita ser necessário primeiro.
- Atenção , eu continuo a pender para a esquerda naquilo a que convicções de base diz respeito, mas nos dias de hoje em que o expoente máximo do capitalismo é um país de bandeira comunista ( entenda-se China ), convenhamos que esquerda e direita quer dizer pouco ou nada.
O sistema vigente hoje em dia no mundo globalizado esse foi obra e arte da direita mas é dentro desse sistema que os governos dos estados jogam, e se não souberem jogar, bem podem desfraldar bandeiras revolucionárias que a comunidade internacional fará o seu papel, que não é mais do que cada país individualmente se defender vergando-se aos pés do capitalismo e deixando sozinho qualquer estado que contra esse mesmo sistema ser erga (veja-se o que aconteceu a cuba). Ou seja antes de querer mudar uma sociedade é preciso fazer o trabalho de casa, não basta apenas gritar pregões pois para lá dos valores universais cada país não é mais do que uma colónia de bacterias, e o mundo é uma caixa de petri bem hermética pelo que enquanto houver ser humano haverá guerras e jogos de interesses em que o bem global não tem significado. Não foi pela força da espada que nos libertamos da Espanha? Não foi necessário um dia chacinarmos dezenas de milhares de Espanhois para dizer que o que era deles agora é Nosso?

Voltando ao presente digo que a oposição em Portugal está morta e bem morta porque os meus piores medos não se concretizaram. Não nos tornamos em mais um país equiparável aos estados sul americanos que durante décadas renegociaram empréstimo após empréstimo, com taxas de juro sempre crescentes inflações descontroladas e todo o rol de histórias que passamos os anos noventa a ouvir. Talvez porque existe uma coisa chamada união europeia que bem ou mal soube puxar as orelhas a uns quantos agentes políticos no país, e não nos esqueçamos que houve muito magnata a juntar-se aos protestos das esquerdas até há bem pouco tempo no nosso país.
 Algo me leva a crer que uma esquerda pouco convicta agrada mais aos glutões da corrupçao da máquina do estado do que uma direita em urgência de mostrar trabalho.
-Atenção escrevo esta crónica de um país chamado Brasil que está há mais de uma década nas mãos de um partido de esquerda com raízes bem revolucionárias (pelo menos a avaliar pelo passado dos seus lideres mais emblemáticos Lula da Silva e Dilma Roussef ).
- E o quanto a Europa tem a dar lições ao mundo-
O  Brasil precisava urgentemente de políticas de moralização dos mais pobres que aqui são infinitamente mais pobres do que na Europa, mas a politica é mesmo assim o ciclo termina as políticas de esquerda demoram tempo a surtir efeitos tal como as de direita. Dificilmente as boas políticas de um determinado governo são reconhecidas dentro da vida útil desse governo. Aqui no Brasil isso aconteceu porque o país tinha atingido um ponto de saturação com a direita podre pro-americana que via mais lucro na subserviência do que na emancipação económica do país. Então a política é mesmo assim, às vezes é mesmo necessário bater no fundo para que existam as condições politicas para aprovar o impossível.

Não estou a dizer que concordo com o corte de pensões em Portugal e sei que muitos dispensados da função pública eram necessários para o seu correto funcionamento, e seria até necessários  mais em inúmeros sectores. Continuo a achar que o que houve em Portugal  uma acumulação extrema de riqueza essencialmente pela subvalorização dos salários no sector privado, riqueza essa que saiu de Portugal a uma velocidade estonteante muito pela mão do sistema financeiro que a usou em outros circuitos económicos mais atrativos.- Isto está a acontecer em todo o lado a toda a hora.
Acho até ridículo falar-se em falta de produtividade quando a fuga de capitais é escabrosa e descarada, essa é tão somente a fuga direta da nossa produtividade pela mão de quem consegue pagar praticamente de forma legal 2 euros por hora e menos, para depois mascarar lucros com prejuízos e transferir os dividendos para bem longe.
Não menos certo é que os sucessivos governos socialistas foram-se comportando como o bom pastor que para ter o voto das suas ovelhas manteve níveis de remuneração e progressão de carreira que mais tarde ou mais cedo teriam de provocar um colapso das finanças publicas.
- Tal como esta teríamos muitas outras maneiras de analisar os problemas de Portugal que são os mesmos de muitos outros países da Europa e do mundo, mas existe algo que me parece ser incontornável, o mundo rege-se hoje em dia por um sistema que é global. O primeiro passo de quem quer fazer algo visível é obrigar os senhores do dinheiro a dar algum retorno à sociedade no exercício da sua própria actividade que todos sabemos que em nada se move por éticas sociais, só depois disso se pode pensar em formas mais originais de criar estado social porque para "ELES" roubar 100 milhões em Portugal para emprestar a crédito para obras nas Filipinas é muito social e rende bem mais.
Espero não estar enganado mas estou convencido que pela primeira vez em muitos anos em Portugal um programa de governo foi mais ou menos cumprido na sua missão mais básica, o facto de termos seguido ordens externas não deixa dúvidas, falta conhecimento e mérito na classe política Portuguesa.

1 comentário:

  1. Boas! Já sabes: quando publicares uma oferta de trabalho, manda para mim, isto quando poderes pagar 20 euros por hora! :)

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