quarta-feira, 4 de abril de 2018

Insistência curiosa

Os media devem ser avaliados qualitativamente ou seja na forma clareza e neutralidade como apresentam a informação, mas também quantitativamente, ou seja devemos dar algum relevo às dosagens que recebemos de cada assunto sob pena de saltitarmos de drama em drama sem nos apercebermos que por detrás do output das noticias existe uma redacção que acolhe prioridas e elas podem ser variadas e inclusive emocionais.
A propósito do recente envenenamento do duplo espião Russo e Britanico Serguei Skripal  parece dar-se este caso caricato.  Estivemos duas semanas numa escalada de tensões diplomáticas e mediáticas, com algum jornalismo a colocar o caso como um potencial gerador de um conflito muito maior entre ocidente e a Russia, como se o ocidente falasse a uma só voz pelas decisões de Uk e USA. Desde ontem sabemos que o tão reputado laboratório militar britânico de Porton Down não consegue determinar se o agente nervoso usado para tentar eliminar Skripal é ou não de origem Russa. 
Nos media portugueses que tanto destaque deram ao caso, nada ou quase nada sobre tão importante desenvolvimento. É caso para dizer piadéticamente, que secalhar é para que todos os embaixadores regressem aos seus lugares sem que ninguém se aperceba. 
Até o Daily Mail do país que sai muito mal visto deste processo dá mais destaque a este novo dado que os média portugueses e eu pergunto-me se eles realmente satisfazem as necessidades de informação do nosso país. É que para termos opiniões, temos de conhecer o máximo de informação e no caso Skripal o governo britânico deu-se ao luxo de apagar tweets que incriminavam diretamente a Russia, e agora o caso parece estar a entrar numa fase de silêncio e bastidores. 
Ai de nós se só comemos a palha que nos dão no caso dos media nacionais,  ficamos com a cabeça cheia de meias histórias e pouco enriquecemos com a superficialidade dos mesmos em prime time. 
- É claro que se uma tragédia como a de entre os rios se atravessasse no meio deste misterioso envenenamento, seria normal e aceitavel um relegar subito para segundo plano, eu chamaria a isso uma reacção emocional da redacção mas não me parece ser o caso. 
-Falando um pouco sobre o envenenamento deste senhor, presto-me a dizer o seguinte se esta secção dos media me permite. :
O Senhor Serguei Skripal é um espião,  o conceito de espionagem é muito pragmático, actividades secretas de indole patriótica e cujo lei só tocará no caso de fugas de informação que permitam julgar por atos um cidadão que actuou contra os interesses do país. Isto porque nenhum país pode julgar os seus próprios espiões se os seus atos ilicitos tenham sido ordens soberanas do próprio estado, - a justiça está acima de um governo mas nunca poderá estar acima do estado pois ambos se definem mutuamente pela constituição. No casos dos espiões concerteza que manobras de natureza secreta permitem a maleabilidade da justiça para dar cobertura aos seus serviços. 
Porquê esta teoria toda? 
É que o senhor Skripal que foi inicialmente formado pelos Russos, ou assim se crê, foi desmascarado pela Rússia e preso por atos de traição por colaborar com os serviços secretos britanicos. Em 2005 atravez de um programa de troca de espiões presos em ambos os países o senhor Skripal foi devolvido aos seus segundos patrões, os Ingleses. 
Quem já leu um pouco da história recente do mundo sabe de uma coisa, os expiões não têm reforma. , o simples facto de não terem identidades verdadeiras e o facto de saberem informações vitais e secretas ao mais alto nivetl faz com que a sua profissão seja mais do que de alto risco, uma opção para a vida, pois alguns constituem familia e têm filhos, obtem formação e empregos com o simples objectivo de se infiltrarem numa determinada sociedade. 
Assim sendo não me parece que a morte de Skripal podesse tão somente interessar à Russia pois no caso de alguém que ja mudou de lado será sempre objecto de suspeita, a real bandeira do espião no caso de morte. 
Ao fim ao cabo em ultima análise pode apenas o espião saber efetivamente a quem está a ser fiel em dado momento e não podemos esquecer que um espião devolvido pode ter um alibi renovado nas hostes enimigas. 
E se Skripal sempre trabalhou para os Russos e o Reino Unido o tivesse descoberto? 
Dentro de alguns anos poderemos sabe-lo mas para ja parece-me algo presunçoso tirar conclusões disto. 
O que sabemos é que no meio de nós andam pessoas normais, mas cuja vida é uma ficção milimetricamente criada para ter acesso às fraquesas do país inimigo. Uma coisa é certa quem envenenou Skripal não estava contente com o seu trabalho. 

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