quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Tony Carreira mesmo careca

Bom pelo menos já foi careca, vejam este vídeo de 1996 com um conjunto de pimbas a cantar o querida mãe.

Ganda capacho


Bom antes de mais nada contra os carecas eu para la caminho a passos largos e pretendo exibir a minha careca com gosto e orgulho.
Digamos que apenas acho curioso e sinto-me brincalhão.
-Já não acho tanta piada aos média que levam ao colo estes plagiadores compulsivos da música sul americana coroando-os como talentosos e trabalhadores, pois se há trabalho que cabe ao artista ele é o de compor músicas e letras. Tony Carreira e Março Paulo são dois bons exemplos de cantores portugueses que começaram as suas carreiras como bimbos , copiando sucesso atrás de sucesso e fazendo covers não assumidas, para mais tarde nas suas vidas se consagrarem como ícones da música portuguesa, sem que possam largar o teleponto ou actuar sem recurso a playback.
É caso para dizer primeiro estranha-se depois entranha-se.
- Enfim se querem ver o Tony a ficar carequinha é só verem vídeos de 92 e 94 com um cabelo ralinho a transformar-se numa grande trunfa perucosa.
Ainda me falta fazer o trabalho de pesquisa no YouTube para perceber quando foi a deslocação a França para o derradeiro implante que hoje lhe conhecemos apesar de que as diagonais latrias poderiam ter sido mais bem carpetadas.



quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Cão Danado

Olá, queria desde já homenagear um fulano que se dá pelo nome de cão danado pelo seu brilhante comentário, num dos blogs divulgados no portal do sapo e a propósito da nova lei de limitação do número de animais de companhia por apartamento.
O Cão danado sugeriu e bem que se Limite também o numero de cães esfaimados na AR a uns 50. É uma boa forma de poupar na ração destes Canideos que não tem fama de comer pouco, bem pelo contrário todos os dias no comem a carne e roem os ossos.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

DO a primeiro ministro

Já dediquei um texto neste blog cheio de erros ortográficos a Henrique Monteiro, a escarnar e  maldizer a sua verborreia enfadonha cheia de preconceito e medo de bichos papões, como se não fossemos todos os dias comidos de cebolada pela corja de malfeitores que nos governam.
Hoje é a vez de DO Daniel Oliveira, provavelmente o comentador politico mais camaleonico que já vi em acção.
Hoje DO dedicou um enorme texto, a criticar o congresso que o PCP dedicou à vida e obra de Alvaro Cunhal.
Eu penso não ser digno de especial atenção para a actualidade, dedicar tão grande texto a este evento, e sendo leitor mais ou menos habitual ( como diz a minha tia, sobre os programas de baixo nivel intelectual, temos de ver pa criticar ) do DO algo me leva a crer que DO se comporta como a velha namorada ciumenta que nunca gostou de nós mas ainda se revolve de ciumes quando nos vê com a outra.
Penso mesmo que DO tem o sindrôma da Bichona politica que é quando as ideias começam a subir à carola a tal velocidade, que se disparam metáforas brilhantes mesmo que elas não liguem muito com o que se está a dizer. Isso de facto acontece muito nos cabeleireiros enquanto se corta um bocadinho aqui e outro ali. Mas o que mais me leva a este diagnóstico de bichona política é o novo sentido de politicamente correcto introduzido por este homem. - O DO tem a capacidade de dizer na mesma frase, dormi com a tua mulher, foi excelente, mas o que mais prezo é a tua amizade por isso afasta-te dela que ela não é boa para ti.
-Algo assim como, fui às festas do Avante, bebi e comi com a malta mas agora já tou velho pra isso e alem do mais aquilo é tudo uma cambada de cegos e lavados. Já eu o grande DO eu mantenho a coerência desde que diga algo de bom para compensar as ofensas mais diretas.
O DO é o Denodete politico, faz a mancha mas logo tira a nódoa em três tempos, só que à medida que vai falando o branco vai ficando mais e mais sujo até que vai chegar o dia em que ou se desinteressa pela política ou tem que lavar tudo com lixiva. 


Abraços e beijos

Luís

sábado, 26 de outubro de 2013

As pedras preciosas , as borboletas e o arquivo

Hoje fomos ao Jardim botânico e dessa experiência compilei três histórias.

São três situações.

1
Ao caminharmos pelo jardim encontramos um barracão muito antigo e bonito que me despertou curiosidade. Indaguei dentro de uma outra caserna na qual se encontrava um senhor entretido com seu radio e um conjunto infindável de velhos objectos das funções do jardim.
O Senhor logo me contou que o velho barracão pertencia ao observatório astronómico, há muito desactivado em parte pelo grande fogo dos anos 70.
Aparentemente um enorme fogo posto serviu nessa década para dar sumísso numa coleção de pedras preciosas da faculdade, e que após o fogo nunca mais foram localizadas.


2
Mais à frente depois de passarmos por algumas zonas do jardim com sinais claros de abandono, chegamos ao borboletário.
Fomos guiados por uma senhora fantástica que nos ensinou mais e melhor de borboletas que alguma vez esperávamos, vibramos com o seu entusiasmo, vimos borboletas monarca, aprendemos sobre a inesperada migração da espécie para Portugal. Borboletas, borboletas do medronho, borboletas da couve, borboletas nocturnas e muitas borboletas depois, ficamos a saber que esta senhora que tão bem vestiu a camisola do jardim e tão sabiamente nos transmitiu a informação, não era funcionária mas sim uma ex-funcionária publica a trabalhar em regime de voluntariado por uma bolsa de sobrevivência de cerca de 200 mês.

3
À saída do jardim percebemos que havia uma banca a vender por grosso publicações da Universidade e do museu de história natural. Espólio, Espólio cultural cientifico e histórico português está a ser vendido por funcionários públicos ao sábado, no Jardim Botânico.



Estes três episódios distintos levam a crer que a cada nova visita ao Jardim encontraremos mais abandono nos próximos anos. Portugal parece estar a enquistar-se para longos períodos de carência e degradação da coisa pública.

sábado, 19 de outubro de 2013

760 100 800

760 100 800 Este é o novo progr.... d...aa não pera. Portugal no coração assim se chama o programa da RTP.
Cortes cortes e mais cortes e a televisão que faz exactamente o que os outros dois canais fazem, só dá prejuizo. Quer dizer reduz-se a qualidade em prol das massas e no final temos prejuízo e má gestão na mesma.
Pior, só mesmo actores, actrizes, artistas, apresentadores em geral, o povo que passa, e as criancinhas a gritar 760100800 em nome do lucrozinho que vai pagar o cachet da produção.
Não sei, não percebo nem quero muito, de televisão, por ser um pouco limitativa em comparação com outros meios de comunicação actuais, o que sei é que me parece possível que uma televisão um bocadão mais barata que esta produza coisas um bocadinho melhores que isto.
Atenção nada de mal com o programa Portugal no coração.

-Os apresentadores são obrigados a repetir um numero de telefone 100 vezes em 2 ou 3 horas, e apontam para uma mesa cheia de enchidos de Famalicão, (inda pra mais da minha terra) durante minutos, que não se vê porque existe um banner com o numero de telefone 760100800 que tapa a parte inferior da imagem, mas que éé isto.

E que moda é esta de se poder ter um pouco de musica variada mas ser obrigatório passar pimbalhada barata, Sempre?!

Ele há gajos que não se calam ...mesmo. Será que estamos a ficar amaricanos.

Hoje li uma crónica do Henrique Monteiro, ilustre comentarista do não menos ilustre expresso, que fora em Lisboa e Porto deve ser o jornal menos lido do país pois nem capta a atenção da populaça e muito menos de quem sem pretenciosismos nem pseudo-intelectualismos procura informação o menos Lobbysada possivel.
Mas de que fala o papagaio Monteiro na sua crítica?
Bom... alonga-se em piadinhas e ironias sobre a mudança que afecta o mundo e todos em particular não exceptuando a própria CGTP. Mais ou menos 3 paragrafos de redundências que de tão pouco criativas chegam a parecer que este comentarista se queixa de si mesmo, e da sua própria apatia. Aliás é uma critica comum em comentaristas do portal do Sapo a tendência para as redundâncias e o apelo facil ao, " que se lixe, isto é tudo a mesma carneirada o melhor é só nos rirmos com isto tudo, que assim a única figura triste que fazemos é essa", nesta frase entre aspas penso que resumi um pouco o que são os bolgues e artigos de opinião divulgados pelo sapo.
Pergunta que gostaria de fazer ao Henrique Monteiro é esta:
Se tudo muda e está sempre a mudar, porque é que em  Portugal não muda nada?
É  que fora as formas de luta até irem mudando um pouquinho, o dinheiro mais gordo de Portugal continua a circulos em circuitos familiares restritos.
Ora, se a alta finança e a economia de mercado se constroi numa base de mudança e rapida adaptação, porque é que nas cupulas do poder encontramos os mesmos apelidos por gerações as fio.
Que eu saiba Darwin não incluíu a heriditariedade cognitiva nem jeito pra finanças na sua teoria de evolução das espécies.  
-E vai lá ver-se, aparecem-nos estes papagaios coloridos a palrar em cima de ramos altos aqui da capital, quais aves raras e barulhentas, verde alface e inteligentes, a animar a gentes com bico adaptado ao corte, e peneira exuberante.
Vais mas é trabalhar ó Henrique e para a próxima, não tragas a tua murrinha para a discução da vida em sociedade, pois ela é pobre, aborrecida, flata-lhe cor e irreverência, dedica-te antes à pesca ou a tacinhas de 50 centimos, que aí tens publico.

sábado, 12 de outubro de 2013

Por debaixo da Ponte



Por trás da recusa da manifestação da CGTP, todos sabemos, estão causas politicas bem claras.
Existe no nosso país uma natinha de politiquinhos sorridentes e sempre muito correctos, cheios de atitude democrática, mas que por trás disso escondem muita podridão e pequenês no que a verdadeira coragem politica diz respeito.
A Ponte 25 de Abril é um templo à democracia Portuguesa, pois não é com pouca coragem politica que se muda o nome a um dos principais legados da ditadura de Salazar, muito menos quando se quer mudar uma ponte com o seu nome para o nome da revolução que culminou na derrota do seu regime. 
Assim sendo e em tempos de perda de soberania pela pátria faz todo o sentido uma marcha por esta ponte.
O Ministério da Administração Interna não para de perder a face nesta questão, primeiro porque já cedeu recentemente ao aprovar uma missa papal na praça do comercio contra os pareceres de segurança, e agorra derradeiramente ao sugerir a Ponte Vasco da Gama como alternativa. Esta segunda situação parece-me mais do que uma alternativa uma certa chacota às forças da esquerda mais patrióticas pois convenhamos que a a Ponte Vasco da Gama ao contrario da Ponte 25 de Abril, que é um icon internacionalmente conhecido da cidade de Lisboa, não passa de uma megalomana travessia periférica do Tejo cuja importância simbólica pouco ou nada ultrapassa o nome também icónico do famoso navegador português. Podemos dizer que é uma ponte importante para o trafico de automóveis nacional? Sim podemos, mas pouco mais do que isso.- Agora que trabalho com turistas há dois anos posso dizer que muitos foram os que me perguntaram curiosos se poderiam atravessar  a ponte a pé, e nenhum me perguntou nunca se poderia fazer o mesmo na ponte Vasco da Gama, sendo que a maioria até desconhece a sua existência, o que é bastante revelador do reduzido impacto que teria uma Manif aí feita.
Enfim já que estamos a falar em democracia talvez devêssemos antes falar em Ferreira do Amaral o famoso Ministro das obras públicas que aparece agora, de novo a mandar bitaites sobre a economia e a crise na tv, após anos de ausência. Talvez devêssemos recordar que pouco depois de abandonar funções no governo foi para presidente da Lusoponte empresa com quem negociou ruinosamente para o estado a concessão das próprias pontes cujos dividendos agora gere.
Que Asco ver esta gente sem venta nem vergonha que lhes assente, vir comentar a vida politica actual enquanto como porquinhos se reviram na trampa que fazem e comem.
Santo Tirso.....

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Notações financeiras - uma arma poderosa

Um pensamento distante de um orador semi-ausente.

Muito se fala sobre as consequências dos cortes de rating às economias. Em Portugal o discurso do governo PSD é agora mais nítido, " Se não vos cortamos a vocês (cidadãos) as agências cortam na nossa notação e temos de vos cortar ainda mais num futuro próximo".
Bolas o pior é que isto faz pleno sentido....!!!
Do que estes FDP de politícos que temos tido no poder não falam é do impacto que têm as suas nomeações, os escandalos e as fraudes, nessa mesma notação.

-Continua-se a assistir no país a um esbanjamento de tudo o que é activo económico. Caso mais grave:

 a mão de obra dos portugueses que continua a ser o principal alvo da fraude económica no nosso país, com milhares de empresas lucrativas a negociar no mercado paralelo a grande parte do seu expediente laboral.

Ponham-se esses biliões de horas de trabalho nas contas de um próximo orçamento de estado e Portugal sairía da crise directamente para um plano de ultra competitividade.

Os Portugueses motivados, são alegres, trabalham com gosto e fazem bem as coisas. Deixem-nos trabalhar.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Casas de banho das entidades reguladoras.

Nos últimos anos com liberalização progressiva das leis para favorecer a economia de mercado que no nosso caso, e na maioria dos sectores se pode também chamar de cartelização disfarçada e progressiva, ex que convém dar uma olhada nas casas de banho das entidades reguladoras das mais diversas áreas.


Esta é a casa de banho da ACT autoridade para as condições de trabalho.
O excesso de cafeína porvoca isto. Estes pobres funcionários passam o dia a abanar a cabeça que sim, é muito injusto o que lhe estão a fazer... como a sua capacidade operacional é zero o melhor é tomar mais um cafesinho.
Quem é que já não se deu ao trabalho de lhes ligar e ouviu a frase: pois .... vai ter de se apresentar no seu local de trabalho todos os dias à hora de entrada até que os nossos fiscais lhe façam uma visita dentro de cerca de dois meses.

Esta é a casa de banho de ERSE, entidade reguladora dos serviços energéticos.
Ninguém usa muito esta casa de banho, até corre um boato que a Galp é logo ali e tem excelentes condições a nivel de lavabos. A galp lavabos muito bem as mãos até se preciso for.
Mas neste caso não é muito grave a ERSE, só tem dois ou três funcionários que servem para atender os telefones uma meia dúzia de horas dia. O trabalho executivo é feito por um computador que recebe e-mails e responde automaticamente que o caso esta a ser auditado calendarizando imediatamente o e-mail seguinte para 2 meses depois enviar o segundo e-mail a comunicar a arquivação do caso. As coisas que os computadores já fazem em benefício do cidadão!!
O director da ERSE disse no outro dia no telejornal da SIC que a única forma de um cidadão conseguir justiça nos conflitos com as empresas fornecedoras de energia era sendo muito chato. Faz sentido pois chato mesmo é a interpretação das facturas, uma espécies de sistema de 4 equações necessário de converter numa matriz para rápida resolução, não desobedecendo nunca ao teorema de gleasson e as suas resoluções probabilísticas.



Finalmente Relvas é uma carta fora do baralho


Finalmente a besta demitiu-se!!!
É com enorme agrado e partilhando com milhares de estudantes por todo o país, que tomamos conhecimento da demissão de Miguel Relvas, que nem no momento do adeus conseguiu deixar de enaltecer qualidades próprias.
- Tal como de resto teve de fazer para conseguir a ultra irregular licenciatura na Lusófona, com a óbvia colaboração da instituição.

Este tipo de acontecimentos comprovam aquilo que durante a minha própria licenciatura pude comprovar, no ensino superior publico e privado existe uma franja de favorecimento por empatias ou simples jogos de interesses.
A este propósito posso dizer que por exemplo durante a minha passagem pela universidade se repetiam os casos de casais de docentes no mesmo departamento chegando mesmo a partilhar gabinetes como se de um escritório de família se tratasse, o que no meu entender prejudica a transparência no ensino e a cultura do mérito.

 Não que tenha sido um aluno brilhante, longe disso era um baldas e com muito orgulho pois aterrei num departamento repleto de gente imatura e pouco interessante ( totós vá ) com claras e óbvias excepções.
Sorte ou azar andei la muito tempo aprendi muita coisa e coisa que ficou, ficou e não sai mais.

Digo isto porque senti a desilusão de constatar que num curso de Biologia genérico, os verdadeiros amantes da natureza eram os parentes pobres da ciência. A biologia para fins humanos absorvia a grande parte dos recursos, e a questão do status tinha para uma boa parte dos alunos um importância semelhante à que o ex-Ministro lhe deu. Ou seja uma mera ferramenta de competição pelo sucesso pessoal.  

Voltando ao Sr Relvas, que acabou por se demitir de forma bem contemporizada politicamente com o chumbo do tribunal constitucional a algumas das alíneas do orçamento de estado, como se o governo quisesse mostrar, que apesar do estado moribundo em que deixou as instituições de defesa dos direitos do cidadão, ainda tem vergonha na cara para "enchutar" um dos bobos da corte se isso for mesmo necessário para levar avante o vilipendiar diário dos direitos conquistados pelos portugueses a par de outros povos europeus, nas ultimas décadas.

Fiquemo-nos pela alegria de saber que este burgesso que tão só o é, não pela falta de conhecimento, mas pela a aquisição irregular do título, já não tem mais o canudo.
Burgesso também pelo majestral desrespeito por quem efectivamente estuda e por vezes é forçado a pagar propinas extra por não conseguir avançar no curso.

Xau Relvas provaste tudo de mau que és e a tua saída não te iliba. Só te ilibarão uns belos anos de serviço comunitário e sem remuneração.
Vai mas é trabalhar malandro....

segunda-feira, 1 de abril de 2013



Mais de metade dos militares norte-americanos envolvidos na operação militar que culminou com a morte do homem mais procurado do mundo, o líder da rede terrorista Al-Qaeda, estão mortos. Alguma imprensa mundial fala já na "maldição bin Laden".

Um total de 25 fuzileiros, conhecidos por “ Navy Seals 6”, participaram na Operação Jerónimo que tinha como alvo uma vivenda em Abbottabad, no Paquistão, a 2 de Maio de 2011.

A última vítima mortal é o “marine” Brett D. Shadle que faleceu na passada quinta-feira (28 de Março), devido a um acidente com o seu pára-quedas, noticiou o jornal italiano "Corriere della Sera".

Entre as baixas está o comandante de um dos grupos da missão, Job Price, que, segundo informações não oficiais, se teria suicidado em Dezembro do ano passado.

Além disso, três meses depois da operação, em Agosto, um acidente de helicóptero da NATO matou 20 dos 38 militares que transportava. E ao que tudo indica muitas das vítimas pertenciam à força especial que matou o líder terrorista. As Forças Armadas norte-americanas não confirmaram esta informação, tendo aberto uma investigação ao sucedido.

As dificuldades também bateram à porta do militar que matou bin Laden. O soldado norte-americano está sem reforma e seguro de saúde após ter deixado as Forças Armadas.

O fundador e líder da rede Al-Qaeda, Osama bin Laden, foi morto em Maio de 2011 com um tiro na cabeça, segundo autoridades dos Estados Unidos, porque resistiu à prisão. A operação aconteceu quase dez anos depois dos atentados de 11 de Setembro, em que quase três mil pessoas morreram.

Fonte: Radio Renascença


Bom!!! É caso para dizer que já não sobram muitos dos que podiam dizer o que realmente se passou ou "não passou".
Depois da história mal contada do enterro no mar, das fotos divulgadas pelo governo que nada provam pela manifesta falta de qualidade e de uma série de outros contornos de conspiração, bastante óbvios no próprio 11 de Setembro, cheira-me que quando a informação for desclassificada dentro de 30 ou 40 anos, talvez o próprio Bin Laden possa ainda aparecer vivinho da silva e sem virgens por perto. 
E esta hein!!!

terça-feira, 19 de março de 2013

Negro dia para o Zé Povo....
Em Portugal os grandes magnatas (Belmirinho da Sonae)  dizem que a mão de obra barata é a solução, quando há escassos meses diziam que é na qualificação que está o ganho.
As gravidas de um país que morre pelo envelhecimento da população são tratadas como o menos precioso e mais incómodo activo laboral.
O Chipre decide compulsivamente entre a máfia russa e os requintes cada vez mais de mafioso do eurogrupo.
Na Síria um Sírio Americano é elegido como porta estandarte dos rebeldes para o cargo de primeiro ministro ( lá se vai a teoria dos que afirmaram sempre que os estados unidos não estavam envolvidos no conflito)

Multiplicam-se as notícias explosivas e a Europa não é actualmente mais do que uma república das bananas, sem Rei nem Rock.
Ontem falava-se na manutenção do projecto europeu como uma salvaguarda da paz no continente, hoje discute-se abertamente quem vai ficar com o quê depois da Ruína.

Isto é que vai uma CRISE.
   

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Portugal dá mais do que recebe para a área da ciência na União Europeia



Portugal está a contribuir mais do que recebe dos fundos do programa europeu para a ciência e inovação.
Na conferência do Diário Económico sobre indústria farmacêutica, que decorreu recentemente no hotel Ritz, em Lisboa, a deputada portuguesa do Parlamento Europeu, Maria da Graça carvalho, revelou que "para reavermos o nosso financiamento devíamos ter ido buscar 450 milhões de euros, mas só fomos buscar 300 milhões [entre 2007 e 2011].
Ou seja, Portugal está a ser contribuinte líquido de países como a Holanda, a Bélgica, a Dinamarca, a Finlândia, Suécia e Reino Unido. São os países que vão buscar mais financiamento do que pagam". E exemplifica com a Suíça que, apesar de não pertencer à União Europeia, "vai buscar cinco vezes mais do que paga".
A área de ciência portuguesa recebe anualmente 50 milhões de euros do programa quadro. Um valor baixo, que é ultrapassado por muitas instituições. É o caso da universidade britânica Imperial College.
A deputada portuguesa, considerada a melhor deputada europeia na área de ciência, revelou ainda que o valor médio de financiamento por proposta aprovada em Portugal é cerca de 4% inferior à média de outros países.
O que se poderá dever ao facto de Portugal concorrer principalmente com projectos de menor dimensão, quando a tendência europeia é de apostar em grandes projectos porque "baixam custos administrativos".
"Portugal tem dificuldade em entrar em projectos grandes", considera, afirmando que "os projectos em consórcio na saúde serão os que mais financiamento terão no programa quadro".
Após esta citação é caso para dizer que se somos burros, somo-lo duplamente pois não aprendemos até agora o suficiente no campo científico nem no económico. Por outro lado bem haja a quem com poucos recursos faz ciência em Portugal. Se calhar burros até nem somos, mas assim nos querem.

Luís Pontes

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Só mais um Franquelim Alves


O governo acaba de nomear para secretário de estado um ex-administrador da SLN ex detentora do BPN.
Segundo o Jornal Publico o seu curriculum é omisso relativamente às funções que exerceu na SLN.
Esta nomeação é mais uma das que levam a crer que mais pequena que o país é a pequenêz dos nossos dois principais partidos políticos, que não conseguem sair dos círculos do poder nem nas nomeações para cargos de secretários de estado.
Bem vindo Dr Franquelim pegue numa pasta e comece a trabalhar, o bananal da republica conta consigo.

Discurso de Marinho Pinto


Este discurso é mais um manual do bom entendimento do estado da nação.
A ausência dos dois principais lideres do governo, primeiro ministro e presidente da assembleia da republica, pode ser uma coincidência ou a prova que faltava de que a verdade incomoda cada vez mais os nossos políticos.
Chegamos de uma longa caminhada de desdemocratização das instituições. 
Em Portugal faz-se a democracia com um alicate a fazer de martelo, e o martelo da justiça foi roubado para fazer de cunha na cadeira do poder.
Homens como Marinho Pinto têm a emoção que parece ter morrido no coração dos portugueses. A da Indignação. Esse grito que tanto nos aconselhamos uns aos outros a não dar, na convicção de que apenas nos fará ficar roucos.  


Discurso do Bastonário A. Marinho e Pinto na Abertura do Ano Judicial 2013
 




Exmo. Senhor Presidente da República
Exmo. Senhor Vice-Presidente da Assembleia da República em representação da Senhora Presidente da Assembleia da República
Exma. Senhora Ministra da Justiça em representação do Senhor Primeiro-Ministro
Exmo. Senhor Presidente do Supremo Tribunal de Justiça
Exmo. Senhor Presidente do Tribunal Constitucional
Exmo. Senhor Presidente do Supremo Tribunal Administrativo
Exmo. Senhor Presidente do Tribunal de Contas
Exma. Senhora Ministra da Justiça
Exmos. Senhores Vice-Presidentes da Assembleia da República
Exmos. Senhores Presidentes dos Grupos Parlamentares
Exma. Senhora Procuradora-Geral da República
Exmo. Sr. Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas
Exmo. Senhor Provedor de Justiça
Exmo. Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa
Demais Convidados
Senhores Magistrados
Caros Colegas
Minhas Senhoras e meus Senhores


Este é o último ano em que, em representação dos advogados portugueses, discurso nesta cerimónia.

Uma cerimónia que, formalmente, é organizada em conjunto por este tribunal, pela Procuradoria-Geral da República e pela Ordem dos Advogados a que presido.

Este é, pois, um local comum às três principais profissões forenses.

Este Supremo Tribunal de Justiça é, pelo menos neste dia, a verdadeira Casa da Justiça portuguesa.

Por isso ele é o local próprio para os balanços que cada orador entenda fazer; é o local adequado para, em nome daqueles que representamos, analisar os principais problemas da justiça e do país.

Aqui estão, formalmente convidados, em conjunto pelo Sr. presidente do STJ, pela Sra. PGR e por mim próprio, as mais altas figuras do estado, com destaque para V. Exas. Senhor Presidente da República e Senhora Presidente da Assembleia da República, bem como membros do Governo, representantes dos grupos parlamentares e das forças armadas, dos demais tribunais, e da Igreja Católica, entre outras entidades.

Defendi, em tempos, que os organizadores desta cerimónia deveriam, no final do ano parlamentar, ir à Assembleia da República informar os representantes democráticos do povo português sobre como foi, em geral, administrada a justiça nesse ano.

Defendi e continuo a defender essa iniciativa pois entendo que, quanto mais transparentemente se relacionarem entre si os titulares dos poderes do estado democrático menos o farão às ocultas.

Quanto mais transparente for a interdependência entre esses poderes mais nítida será a separação entre eles, maior será a independência de cada um deles e, consequentemente, melhor se cumprirá o espírito e a letra do artigo 2º da Constituição da República Portuguesa.

 Juízes, Procuradores e Advogados todos pertencemos à mesma família e todos trabalhamos na mesma casa, em prol do mesmo objectivo que é a justiça.

Por isso, estamos condenados a entendermo-nos – quer queiramos quer não – em benefício ou por imposição dos direitos e dos interesses legítimos dos cidadãos e do próprio estado de direito.

Sendo este alto tribunal, pelo menos hoje, a Casa da Justiça, ele é o local próprio para em nome da Ordem a que presido e em representação dos Advogados portugueses aqui exprimir as nossas preocupações sobre o estado de direito, sobre a democracia, sobre a administração da justiça.

Este é, pois, o local próprio para denunciar;
o populismo da política do governo em matéria de justiça;
para denunciar a utilização por parte do executivo dos órgãos de informação para fanatizar as consciências dos cidadãos;
para denunciar o sistemático recurso à propaganda em vez de informação rigorosa sobre os assuntos de interesse colectivo;
 para denunciar a alteração das leis essenciais ao funcionamento da justiça com a finalidade de conquistar popularidade fácil.

Este tribunal é o local adequado para denunciar a insensibilidade deste governo em relação aos problemas dos portugueses;
a insensibilidade de pessoas que chegaram ao poder prometendo nunca fazer aquilo que hoje fazem com calculismo e frieza;
de pessoas que derrubaram o governo anterior por ele pretender aplicar medidas de austeridade infinitamente mais leves do que as que o actual governo agora aplica com gélida determinação e, até, com prazer ideológico;
em suma: de pessoas que tudo fizeram (incluindo a criação artificial de uma crise política) para obrigar Portugal a pedir a intervenção da TROIKA, pois, sempre souberam que só com essa intervenção poderiam realizar a sua oculta agenda ideológica que passa pela aniquilação dos direitos de quem vive só do seu trabalho, que passa pela destruição do estado social, que passa por um ajuste de contas com os valores e conquistas mais emblemáticos da revolução do 25 de Abril e pela reinstauração de um modelo de organização económica que, verdadeiramente, apenas triunfou nos primórdios do século XIX ou então em algumas das piores ditaduras do século XX.

Este é, pois, o local certo para, recuperando um ideia central do programa do presidente americano Barak Obama, dizer ao governo português que a existência do estado social não faz de Portugal uma nação de pessoas dependentes, mas antes nos liberta a todos – repito: a todos - para melhor executarmos as tarefas que farão este país trilhar as veredas do progresso e do desenvolvimento e proporcionarão um futuro melhor para os nossos filhos.

E, sobretudo, para advertir solenemente o governo de que não tente convencer-nos de que temos de escolher entre apoiar os idosos ou os jovens; de que temos de escolher entre apoiar aqueles que, durante décadas, com o seu trabalho, com os seus impostos, taxas e contribuições, sustentaram este país ou os cidadãos mais jovens a quem entregaremos o futuro de Portugal.

Todos temos direito aos benefícios do progresso e do desenvolvimento.

 Nós, a população activa, temos uma dívida de gratidão para com os idosos deste país.

Foram eles, os que hoje estão reformados e aposentados, que pagaram as escolas onde estudámos gratuitamente, os hospitais onde nos tratámos sem taxas moderadoras; foram eles que pagaram as maternidades onde nasceram sem qualquer custo para as famílias alguns dos que agora os consideram apenas como um custo económico que é preciso reduzir ou eliminar.

O governo português tem de respeitar os pactos que os reformados e os aposentados celebraram com o estado e com a segurança social quando eram trabalhadores activos e garantir-lhes um fim de vida com dignidade.

Isso é não só uma exigência do princípio da protecção da confiança, mas também um critério de aferição de seriedade que ninguém tem o direito de violar – é também uma questão de honradez.



Exmo. Senhor Presidente da República
Exmo. Senhor Vice-Presidente da Assembleia da República
em representação da Senhora Presidente da Assembleia da República
Exma. Senhora Ministra da Justiça em representação do Senhor Primeiro-Ministro

Este tribunal é, pelo menos hoje, o local apropriado para denunciar a fraude em que se consubstanciam certas pretensas formas de justiça.

A justiça faz-se nos tribunais com juízes e advogados independentes e com procuradores e não em centros de mediação, ou julgados de paz.

O estado tem a obrigação de resolver com justiça os litígios entre os cidadãos e não obrigá-los a fazerem as pazes.

O estado gasta quantias vultuosíssimas em instâncias alternativas que, se aplicados nos tribunais proporcionariam uma justiça muito melhor à cidadania e à economia – ao país e aos cidadãos.
  
O estado tem a obrigação de resolver soberanamente os litígios entre empresas e não remetê-las para essa gigantesca farsa que são os chamados tribunais arbitrais, que em muitos casos não passam de meros instrumentos para legitimar verdadeiros actos de corrupção.

Façamos, a este propósito, um breve desenho para os mais distraídos: por detrás de qualquer acto de corrupção está um acordo entre corrupto e corruptor mediante o qual o primeiro adquire para o estado bens ou serviços ou adjudica obras a um preço muito superior ao seu preço real, repartindo depois essa diferença entre ambos e, nalguns casos, também com terceiros, nomeadamente com o partido a que pertence o decisor corrupto.

Normalmente o acto que materializa esse acordo entre corrupto e corruptor assume a forma jurídica de um contrato publico-privado em que as partes são o estado (ou alguns dos seus órgãos) e a empresa ou instituição privada representada pelo corruptor.

Para que o propósito atinja os fins delineados sem qualquer problema para os seus autores, basta apenas que esse contrato inclua uma cláusula mediante a qual as partes recorrerão obrigatoriamente a um tribunal arbitral para resolver qualquer litígio dele emergente.

Depois, finge-se uma divergência ou outro pretexto qualquer como um atraso no pagamento do inflacionado preço para que o caso vá parar ao dito tribunal.

Imagine-se, agora, qual será a decisão desse tribunal.

Qual será a decisão de um tribunal em que os juízes foram substituídos por advogados escolhidos e pagos – principescamente, aliás - pelo corrupto e pelo corruptor.

É óbvio que proferirá a sentença pretendida por ambos e obrigará o estado ao cumprimento integral da prestação que o corrupto e o corruptor haviam acordado entre si.

O recurso ao tribunal arbitral previne também a hipótese de o decisor corrupto ser substituído no cargo por outra pessoa alheia ao negócio.
  
É, sobretudo, para isso que se tem vindo a generalizar o recurso aos tribunais arbitrais na esmagadora maioria dos negócios do estado.

Agora, praticamente todos os contratos público-privados contêm uma cláusula mediante a qual se estabelece que o tribunal competente para dirimir qualquer litígio deles emergente será um tribunal arbitral, pois não podem correr o risco de o caso poder ir parar a um tribunal independente e ser apreciado por um juiz independente.

Nada tenho contra os tribunais arbitrais quando, em processos cujo objecto é disponível, eles são escolhidos por entidades privadas.

Até reconheço que eles podem ter alguma utilidade entre entidades privadas com idêntica capacidade económica.

Mas temos de reconhecer que eles favorecem sempre quem tem mais dinheiro – quem tem mais dinheiro para pagar – reparem bem! – os honorários dos juízes.

Não aceito é que o estado fuja dos seus próprios tribunais e procure as arbitragens, onde, sintomaticamente, é sempre condenado.

É um tipo de justiça às escondidas, quase clandestina, usada para legitimar verdadeiros assaltos ao património público, obviamente com a conivência de quem tinha por missão defender esse património.

Por isso é escandaloso que o estado recorra a esses pseudo-tribunais.

Tal só se compreende como uma forma encapotada de prejudicar o próprio estado.

Mas, chegou-se a uma situação em que até os impostos estão a ser discutidos nas arbitragens, o que - diga-se em abono da verdade – se deve a uma lei do anterior governo, mas que o actual acarinha com especial ternura.

Ou seja: aquilo que não está na disponibilidade do estado – a cobrança dos impostos – passou a poder ser discutido e decidido num tribunal privado em que os juízes são nomeados e pagos pelas partes, incluindo o próprio contribuinte devedor.

Obviamente, não foi para protecção dos pequenos e médios contribuintes (algumas vezes vítimas de verdadeiros assaltos do fisco) que se instituiu essa medida, mas sim para legitimação da evasão fiscal dos grandes contribuintes, pois só estes têm dívidas fiscais em montantes que justificam o recurso a esse tipo de justiça.

E, muito provavelmente, a fórmula decisória não anda muito longe deste paradigma: «deves mil, pagas duzentos ou trezentos e o resto será dividido por nós todos, incluindo, obviamente, os juízes».

Tudo bem resguardado do escrutínio público, como convém, e com base num emaranhado de leis fiscais que parecem feitas para impedir a cobrança efectiva de impostos.

O escândalo chegou a tal ponto que este governo até já tornou os tribunais arbitrais obrigatórios para certos tipos de litígios, ou seja, até já proibiu empresas privadas de recorrerem aos órgãos de soberania que são os tribunais públicos.

É o que acontece com os litígios entre as empresas titulares das patentes dos medicamentos e as que procedem ao fabrico de genéricos.

E tudo isso acontece num país onde é público e notório que certos membros do governo têm interesses profissionais directos no grande negócio das arbitragens em Portugal.

E tudo isto com um governo cuja propaganda tenta fazer crer que tem uma vontade firme de combater a corrupção, mas, curiosamente, só faz através de leis grosseiramente inconstitucionais.

Exmo. Senhor Presidente da República
Exmo. Senhor Vice-Presidente da Assembleia da República
em representação da Senhora Presidente da Assembleia da República
Exma. Senhora Ministra da Justiça em representação do Senhor Primeiro-Ministro


Este é também o local próprio para dizer bem alto que vivemos num país onde os cidadãos não podem confiar nas leis da República.

A certeza jurídica da norma geral, abstracta e objectiva capitulou perante a arbitrariedade da decisão judicial e, por isso, ninguém pode antecipar ou prever com segurança a solução de um qualquer problema jurídico levado a um tribunal.

Os mesmos factos com a mesma lei dão origem a decisões, muitas vezes, totalmente opostas.

Ninguém pode prever a decisão final de um processo, porque, apesar de a lei ser a mesma e os factos também, essa decisão, frequentemente, varia de juiz para juiz.

E como a história abundantemente nos mostra a justiça e o direito podem muito facilmente ser transformados em instrumentos de terror.

Infelizmente, há decisões judiciais que constituem verdadeiros actos de um estado terrorista.

 Quando um juiz de direito emite um mandado de busca em branco quanto ao seu objecto, ou seja, uma ordem para apreender todos os documentos e objectos que se encontrem no escritório de um advogado e que possam constituir provas contra os seus clientes, incluindo os computadores pessoais e profissionais do advogado, isso é um acto de terrorismo de estado.

Por isso, este é também o local adequado para daqui lançar uma solene advertência aos Advogados portugueses: retirem dos vossos escritórios quaisquer documentos ou objectos que possam incriminar os vossos clientes, pois correm o risco de um juiz ir lá apreendê-los para os entregar à acusação.

Para alguns juízes, o escritório de um advogado não goza, hoje, em Portugal, da imunidade que deveria ter.

Chegámos a um ponto da nossa vida colectiva em que os Advogados terão de recorrer aos velhos métodos com que outrora contornavam as perseguições das polícias da ditadura.

Este é, também por isso, o lugar certo para proclamar a minha solidariedade para com todos os advogados que têm sido vítimas de atropelos judiciais às suas prerrogativas profissionais, designadamente, devido ao seu empenho na defesa dos direitos e dos interesses legítimos dos seus constituintes.

Uma palavra de solidariedade que quero enviar, também, aos advogados que têm sido vítimas de verdadeiras agressões à sua honra pessoal e profissional por parte do actual governo.

Refiro-me, naturalmente, aos Colegas que intervêm no âmbito do sistema de apoio judiciário e que, por essa via, prestam um inestimável serviço ao estado de direito, permitindo que os cidadãos mais pobres possam aceder à justiça e aos tribunais com um mínimo de qualidade e de dignidade.

Em vez de reconhecer o papel desses advogados na consolidação do estado de direito; em vez de lhes pagar atempadamente os parcos honorários que a lei estabelece; em vez dignificar esse serviço como essencial ao fortalecimento da cidadania, o governo português – o actual governo – lança, publicamente, sobre eles as mais pérfidas suspeitas.

O governo não só se atrasa escandalosamente no pagamento dos seus diminutos honorários como lança sobre eles uma campanha pública de enxovalho, tentando fazer crer que todos eles cometem fraudes.

 O estado português é de todos os da Europa ocidental o que menos gasta com cada processo no âmbito do apoio judiciário.

Atente-se que Portugal gasta por processo dez vezes menos do que gasta o Reino Unido.

Mas mesmo assim, o governo chegou ao ponto de participar criminalmente contra muitos advogados por supostas irregularidades em que os prejudicados são os próprios advogados.

Pasme-se: muitos advogados foram alvo de participações criminais, com base em irregularidades que consistiram em declarar menos diligências processuais do que as que realmente tinham sido realizadas e, como tal, recebendo menos honorários do que aqueles a que tinham legalmente direito.

 Mas, num país onde alguns órgãos de comunicação social não escrutinam a informação que lhes mandam e se limitam a transformar em verdades todas as falsidades que lhes chegam às mãos, esses métodos têm sucesso político e mediático garantido.

Sempre disse e repito-o mais uma vez aqui: o Advogado é um profissional profundamente vinculado ao direito e aos princípios éticos e deontológicos da sua profissão.

Ele ajuda o suspeito ou mesmo o autor de um crime a defender-se em juízo mas não o pode auxiliar a cometer um crime e muito menos o pode cometer em nome do seu constituinte.

Quando isso acontece o advogado deve ser punido com mais severidade do que aqueles em benefício de quem actuou.

E a Ordem dos Advogados está empenhada no reforço do prestígio e da dignidade social da advocacia.
  

Exmo. Senhor Presidente da República
Exmo. Senhor Vice-Presidente da Assembleia da República
em representação da Senhora Presidente da Assembleia da República
Exma. Senhora Ministra da Justiça em representação do Senhor Primeiro-Ministro

Há dois mil anos, na Palestina, um homem inocente foi condenado à morte por uma multidão de pessoas fanatizadas.

Antes foi preso, interrogado, torturado, humilhado e julgado diante da turba de justiceiros que ululava pela sua condenação.

O julgamento, a sentença e a sua execução foram rápidas e exemplares.

Não houve, como agora se diz, manobras dilatórias, nem excesso de garantismo, nem outros expedientes que atrasassem ou dificultassem a justiça que todos queriam.

Tudo aí se processou segundo um modelo que foi usado durante séculos e que alguns quererem hoje recuperar.
  
E se aqui, hoje, invoco, esse julgamento não é pelo facto de o arguido estar inocente, pois sempre houve e haverá inocentes condenados.

Não é pelo facto de, em troca da sua condenação, um criminoso ter sido libertado, pois sempre houve e sempre haverá culpados que escapam à justiça; e sempre que um inocente é condenado há um culpado que fica impune.

Também não é pela brutalidade da condenação, pois essas sentenças sempre foram as preferidas das multidões e dos justiceiros.

Não é também pela convicção dos julgadores sobre a culpabilidade do acusado, pois as turbas são sempre irracionais e só têm certezas.

Não é sequer pela tortura e pela humilhação pública do acusado, pois essas práticas também continuaram a existir durante séculos e continuam hoje em alguns estados modernos que se dizem democráticos e de direito, como o nosso.
  
O que ainda hoje me arrepia naquele julgamento é o facto de não ter havido ninguém que erguesse a sua voz em defesa do acusado.

De não ter havido ninguém que invocasse uma atenuante - pequena que fosse - para amenizar um pouco a brutalidade da sentença que se anunciava.

O arguido foi preso, interrogado, julgado e condenado em processo sumário, sem qualquer defesa.

Ali estava ele, sozinho, perante uma multidão de acusadores embriagados com as suas próprias certezas e ululando pela rápida execução de uma sentença que eles próprios proferiram, enquanto o juiz, que até tinha dúvidas sobre a sua culpa, acabou lavando, cobardemente, as mãos, para não prejudicar a sua imagem pública.

Ninguém foi capaz de um só gesto em defesa daquele homem; até aos seus amigos mais próximos faltou a coragem para uma simples palavra de conforto e de solidariedade.
  
Se aqui invoco esse terrível episódio é porque também há, hoje, em Portugal, quem sobreponha a rapidez do julgamento à ponderação da justiça; quem queira que crimes graves sejam julgados em processo sumário.

Se invoco, aqui, esse julgamento é porque, hoje, em Portugal está a tentar criar-se um ambiente um ambiente político e social que impede os acusados de exercerem os seus direitos de defesa – que iniba outras pessoas, incluindo os advogados, de os defenderem.

Alguns acusados são, hoje, enxovalhados na praça pública sem qualquer possibilidade de defesa.

A multidão de há dois mil anos foi hoje substituída por uma turba mediática onde se destacam, magistrados, polícias, jornalistas e os justiceiros que enchem as caixas de comentários on-line.

Simples suspeitos são condenados sem apelo nem agravo nos modernos pelourinhos em que se transformaram certos órgãos de comunicação social, sem que sobre eles tenha sido emitido qualquer veredicto formal de culpabilidade.
  
Políticos sequiosos de popularidade fácil, jornalistas moralmente corrompidos, polícias fundamentalistas, magistrados indignos da sua função – todos convergem para gerar o ambiente social que exige sempre penas mais pesadas, medidas de coacção mais duras e, sobretudo, para criar as condições de coacção psico-social propícias a que só se ouça ou se acredite na versão dos acusadores.

Todos se unem na tentativa de fazer gerar na opinião pública a ideia de que sãos os direitos dos cidadãos que estão a mais no nosso sistema judicial; que é o exercício processual desses direitos que entrava o funcionamento da nossa justiça.

O uso dos mais elementares direitos de defesa é apontado por eles como a causa dos principais males da justiça portuguesa.

Os Advogados, aqueles que detêm a missão constitucional de defender em juízo os direitos das pessoas, são desqualificados no discurso oficial deste governo e desvalorizados nos nossos tribunais. 

Eles são, por vezes, anatematizados e, até, silenciados nas salas de audiências dos tribunais por pequenos ditadores travestidos de magistrados.

Se o recurso de um cidadão contra uma decisão judicial que o prejudica tem de ser feito em alguns dias, pois senão perde-se o direito de recorrer dessa decisão, e se a apreciação desse recurso demora muitos meses ou anos – o que faz o governo e a Assembleia da República às suas ordens para corrigir esse atraso?

Acaba com o direito de recurso ou restringe-o gravemente, em vez de criar condições para que os magistrados os decidam mais depressa.  

Esta é a metodologia que este governo e a maioria parlamentar que o apoia estão seguir em matéria de justiça.

Quem é fraco com os fortes acaba sempre sendo forte com os fracos.

O actual governo está, hoje, a tentar introduzir na investigação criminal os mesmos métodos que tão bons resultados deram na
 caça às bruxas da idade média ou na perseguição dos opositores por parte dos regimes totalitários.

Em breve, a confissão será a prova rainha do processo penal e tudo valerá para a obter.

Em breve, a prisão preventiva deixará de ser usada como medida cautelar a passará a sê-lo como forma de obrigar os suspeitos a colaborarem com os investigadores na sua própria incriminação.

Contra tudo isso, contra essa subcultura que desqualifica o papel do advogado na administração da justiça, daqui ergo a minha voz.

Daqui denuncio também o populismo primário subjacente ao discurso das «manobras dilatórias» e do «excesso de garantismo» com que este governo e seus seguidores na comunicação social e nos tribunais têm vindo a intoxicar a opinião pública.

Não há excesso de garantias nas nossas leis.

O que há são demasiadas violações dos direitos dos cidadãos – dos direitos humanos - em alguns interrogatórios policiais (sem a presença de advogado), em algumas prisões, e até em algumas salas de audiência.

O que há em abundância no nosso sistema de justiça é o fundamentalismo justiceiro de muitos magistrados e polícias, de alguns políticos e de demasiados jornalistas.

O que há em excesso em Portugal é humilhação pública dos arguidos, condenados ou não.

O que há em excesso no nosso sistema de justiça é desrespeito pelos princípios do contraditório e da imediação; é desrespeito pelos cidadãos e pelos seus mandatários.

O que há em excesso no nosso sistema de justiça são alterações legislativas e cada vez mais leis com cada vez menos qualidade.


Exmo. Senhor Presidente da República
Exmo. Senhor Vice-Presidente da Assembleia da República
em representação da Senhora Presidente da Assembleia da República



Exma. Senhora Ministra da Justiça em representação do Senhor Primeiro-Ministro

É hora de terminar.

Fez ontem, precisamente, seis anos que aqui discursei pela primeira vez como Bastonário da Ordem dos Advogados.

Faço-o hoje pela última vez nessa veste e, devo dizê-lo, com qualquer outra, pois dificilmente aqui voltarei, o que, aliás, vai agradar a muitos, incluindo a mim próprio.

Sinto aproximar-se o fim de uma longa caminhada.

Às vezes tenho uma estranha sensação de plenitude e outras um sentimento de vazio.

Sinto que aqui disse tudo o que havia para dizer; sinto que disse tudo o que devia ser dito.

Um advogado não existe para agradar mas sim para incomodar.

Um advogado existe para fazer tudo aquilo que faltou naquele julgamento de há dois mil anos e não permitir que os julgamentos sejam tão rápidos; existem para estar ao lado dos seus constituintes sejam eles vítimas, acusados ou condenados; existem para enfrentar todos os justiceiros.

Existem para que a justiça seja feita com ponderação, com objectividade, com imparcialidade e até com humildade.

Um advogado existe para defender direitos e interesses legítimos – para ser útil aos cidadãos.

E será tanto mais eficaz nessa sua missão quanto mais capaz for de incomodar os poderes e os poderosos.

E será tanto mais incómodo para estes quanto mais capaz for de defender os cidadãos, quanto mais útil for à cidadania.

Quando pensei na melhor forma de terminar esta série longa de discursos, quase sempre, fui parar ao regaço protector de um poeta, à companhia reconfortante da poesia.

 Umas vezes fui seduzido pelo arrebatamento demolidor de Jorge de Sena:

«Estão podres as palavras - de passarem/por sórdidas mentiras de canalhas/que as usam revés como o carácter deles»./E podres de sonâmbulos os povos/ante a maldade à solta de que vivem/a paz quotidiana de injustiça.

Em outras inclinei-me para a suavidade lírica de Camões:

«Oh como se me alonga de ano em ano/A peregrinação cansada minha! /Como se encurta, e como ao fim caminha/Este meu breve e vão discurso humano»!

Lembrei-me até de repetir o grito flamejante do cantor brasileiro, Cazuza:

Meus heróis/Morreram de overdose/Meus inimigos/Estão no poder

Mas acabei por escolher a exaltação clarificadora de um poema de José Carlos Ary dos Santos, a que apenas alterei uma palavra.

 Por isso, porque este tribunal é, hoje e agora, o sítio certo para se dizer estas coisas, digo-vos que

Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
ADVOGADO castrado não!


Muito obrigado.


30 de Janeiro de 2013


António Marinho e Pinto
Bastonário da Ordem dos Advogados